Jafets ajudaram a fundar bairro do Ipiranga

Jafets ajudaram a fundar bairro do Ipiranga

Nesta primeira postagem de 2024, escolhemos falar da família Jafet. Por quê? Porque ela foi, como o primeiro dia de um novo ano, uma das fundadoras do próprio bairro do Ipiranga, uma espécie de “fiat lux” do nosso chão.

Os Jafets (pronuncia-se Jafé, com E tônico e T mudo) ficaram famosos na região pela fundação de uma indústria têxtil pioneira, a Fiação, Tecelagem e Estamparia Ipiranga Jafet, em 1907, em terreno localizado no cruzamento das ruas Silva Bueno e dos Sorocabanos. Há hoje ainda parte da construção original de pé.

Essa indústria chegou a empregar 5 mil trabalhadores, em três turnos de trabalho. Durante uma época, era difícil que uma família ipiranguista não tivesse ao menos um integrante trabalhando para os “Jafetes”, como eram chamados, ignorando o T mudo.

Os Jafets vieram do Líbano com o desejo de “fazer a América”, e o primeiro deles a chegar ao Brasil foi Benjamin, em 1887. Foi trabalhar como mascate, de porta em porta da cidade, de fazenda em fazenda do campo, vendendo seus produtos, profissão com que amealhou recursos.

Os irmãos, que eram seis, vieram nos anos seguintes: Nami, o mais velho, Basílio, João, Miguel e Hala, a única mulher.

Devemos aos Jafets também a beleza dos palacetes remanescentes na região da rua Bom Pastor com a rua dos Patriotas, em estilo neoclássico com toques mouriscos, à moda do oriente. Um viver suntuoso que rivalizou com o estilo dos ricos da avenida Paulista, mas num então distante subúrbio, que era o Ipiranga.

Hoje, os Jafets concentram suas atividades econômicas no ramo imobiliário e um pouco em mineração. São cerca de mil descendentes dos seis irmãos originais.

Pois se você se encontrar um dia com um desses descendentes, uma pergunta importante a se fazer é: de que ramo você é? Pois os Jafets organizaram a si mesmos em seis ramos, cada um com origem na descendência dos seis primeiros irmãos, os desbravadores do Brasil.

De cinco em cinco anos, os Jafets juntam-se num grande festão, em confraternização no Clube Atlético Monte Líbano, que congrega parte da colônia libanesa no país. É uma alegria ver tanto “brimo” junto!

 

Foto: Registro dos filhos homens com a mãe, Utroch. A única filha, Hala, não aparece na foto